Tuesday, December 23, 2008

2008 em cinema

Estreias comerciais:

1-Le Voyage du Ballon Rouge, Hou Hsiao-Hsien
2-We Own The Night, James Gray
3-Before The Devil Knows You're Dead, Sidney Lumet
4-Coeurs, Alain Resnais
5-La Graine Et Le Mulet, Abdel Kechiche

Estreias não comerciais:

En La Ciudad de Sylvia, José Luis Guerin
Aufschub, Harun Farocki
Happy-Go-Lucky, Mike Leigh
Gespenster, Christian Petzold
Marseille, Angela Schanalec

Belos e ignorados filmes estreados comercialmente:

Lobos, José Nascimento
Madonnen, Maria Speth
Pas Douce, Jeanne Waltz
John Rambo, Sylvester Stallone
La Fille Coupée en Deux, Claude Chabrol

2008 em música

Silver Jews, "Lookout Mountain, Lookout Sea"

Tindersticks, "Hungry Saw"
Camané, "Sempre de Mim"
Portishead, "Third"

Não é que tenha deixado de ouvir música, mas ouço as mesmas coisas, descubro cada vez menos.

Monday, December 22, 2008

Unforgiven

Saturday, December 20, 2008

Os piores dos piores em 2008

-"Shine a Light", Martin Scorsese
-"Vampire Weekend", Vampire Weekend.

Friday, December 19, 2008

Trying

Berliner Ballkünstler

O que faz um Permanent Vacationer?
Photobucket

"Ainda bem"

Diálogo com a professora:

Eu: Há uns dois anos, a Cinemateca Portuguesa programou o "Jud Süss", mas a cópia não foi enviada pois não queriam que o filme fosse exibido.

Professora: Ainda bem.

Thursday, December 18, 2008

How Green Was My Valley

Este post é dedicado à minha mãe

Por vezes, finge-se comer também a fruta, mas não sempre... Eu faço questão que assim seja, por causa dos miúdos. Não é por teatro. Se não fosse assim - explica ela ao hóspede - no dia em que acontecesse comerem a sério, como se comportariam? Como bárbaros...

in Consideram-se Mortos e Morrem, Elio Vittorini, Portugália

Lembro-me da sequência do "Juventude em Marcha" em que o marido da Vanda partilha a sua refeição com o Ventura, a forma como ele lhe prepara o prato e a forma como, em seguida, come, graciosamente diria eu, a sua refeiçao. A sua mãe, acredito eu, é da estirpe das mães como aquela do livro do Vittorini ou aquela do "How Green Was My Valley". A minha mãe também cabe aqui.

Wednesday, December 10, 2008

Bertolucci?

Despia-me se Bernardo Bertolucci mo pedisse.

Sou só eu a achar que aquele travelling sobre o corpo nú da Eva Green no "The Dreamers" é nojento, de um velho rebarbado? Até se vê baba nas margens do enquadramento. Cruz credo.

Friday, December 05, 2008

Hey, That's No Way To Say Goodbye

I loved you in the morning, our kisses deep and warm,
your hair upon the pillow like a sleepy golden storm,
yes, many loved before us, I know that we are not new,
in city and in forest they smiled like me and you,
but now it's come to distances and both of us must try,
your eyes are soft with sorrow,
Hey, that's no way to say goodbye.


I'm not looking for another as I wander in my time,
walk me to the corner, our steps will always rhyme
you know my love goes with you as your love stays with me,
it's just the way it changes, like the shoreline and the sea,
but let's not talk of love or chains and things we can't untie,
your eyes are soft with sorrow,
Hey, that's no way to say goodbye.


I loved you in the morning, our kisses deep and warm,
your hair upon the pillow like a sleepy golden storm,
yes many loved before us, I know that we are not new,
in city and in forest they smiled like me and you,
but let's not talk of love or chains and things we can't untie,
your eyes are soft with sorrow,
Hey, that's no way to say goodbye.

Leonard Cohen é um nome que há muito tempo tenho nna cabeca. Mas foi apenas quando os seus primeiros três discos foram reeditados em Portugal, com devida licao de mestre Bonifácio no Y, que os arranjei. No entanto, nao os ouvi, nao sei bem explicar porquê - tenho muita música em que ainda nao toquei. No meu caso, nao poucas vezes, é preciso que algo exterior à música me faca ouvir os discos. Muitas vezes, a ajuda vem do cinema. Depois do empurrao do Bonifácio, quem me fez verdadeiramente querer ouvir o Cohen foi Werner Herzog e o seu "Fata Morgana" (1971). "Songs of Leonard Cohen" é uma lâmina.

Tuesday, December 02, 2008

Cinema mudo

Berlim, noite, escuro. Eu estou de um lado da rua, ela do outro. Um carro, incorrectamente, nao nos deixa atravessar a rua. Ela olha para o carro, chateada, eu olho para ela, ela olha para mim, eu faco um gesto com a cabeca que diz "nada a fazer com essa gente", ela repete o meu gesto e oferece-me um sorriso, agradecendo a minha compreensao. Passamos um pelo outro, nunca mais nos vamos ver.

Monday, December 01, 2008

O que foi, o que é

Pergunto a uma alema que sítios me aconselha ela a visitar na Alemanha. Mais sítio, menos sítio, a conversa vai ter a campos de concentracao. Digo que nao quero ir, que tenho problemas com essa ideia de ir a um ex-campo de concentracao. Parece-me que há muito voyeurismo associado a isso. Vou a um ex-campo de concentracao, vejo o espaco onde milhoes de judeus foram exterminados e depois? Nao quero que se esqueca o que aconteceu, mas ir lá, como diz a alema, porque só assim se percebe o que realmente aquilo foi, é algo que nao me interessa minimamente. Fico com o "Nuit et Brouillard", que brilhantemente mostra o que pode daquilo que foi (as imagens de arquivo) para essencialmente perceber aquilo que é (o registo presente [1955] dos campos de concentracao; o texto). É no cinema que acredito, é o presente que me preocupa. Penso se será diferente para uma alema, neste caso; será que ainda se tem que ir a um ex-campo de concentracao experienciar uma catarse? Seja como for, eu nao preciso. Nao falo no "Nuit et Brouillard" para nao me olharem com aqueles olhos interrogativos, mas tenho, para mim, bem clara a minha posicao. Se funcao esses ex-campos de concentracao têm no presente, Resnais explicitou-a no seu filme: fazem um trabalho de memória. E a memória existe só no presente.